A JOINPP integra a estratégia do Programa de Pós-Graduação em Políticas Públicas da UFMA de ampliar e intensificar sua inserção na comunidade científica nacional e internacional, tendo em vista elevar o padrão da formação acadêmica e da pesquisa científica no âmbito das Políticas Públicas. O evento tem como propósito estratégico estimular a produção de conhecimento, a formação de recursos humanos e favorecer a troca de experiências entre instituições de ensino e pesquisadores da área, em âmbitos local, nacional e internacional.

Em 2023, realizar-se-á a XI JOINPP, com o tema “REIFICAÇÃO CAPITALISTA E EMANCIPAÇÃO HUMANA COMO NECESSIDADE HISTÓRICA: formação da consciência de classe na luta de hegemonias” - Cem anos de História e consciência de classe de Lukács.

A construção do tema parte da crítica marxiana da reificação capitalista como um fenômeno fetichista próprio ao caráter mercantil simples e desenvolvido da produção destrutiva do capital como um todo (industrial, comercial e financeiro), que tem por premissa e resultado a mercadoria (riqueza material e social), cuja estrutura envolve coisa e pessoa, essência e aparência. A forma social e histórica que se exprime através da categoria mercantil, da mais simples à mais complexa, presta-se tanto ao fetichismo burguês da coisificação (quando o lado ‘coisa’ da categoria oculta a pessoa) e da personificação (quando a pessoa representa a categoria), quanto à negação burguesa da dialética que apreende o concreto pensado a partir do concreto imediato, passando pela essência contraditória da categoria (duplo caráter do trabalho, processos de trabalho e valorização, na criação, realização e reprodução de riqueza material e social). Ambas as modalidades de fetichismo – coisificação e personificação – e a ilusão do “pseudoconcreto” são combinadas na operação (manipulação) burguesa de justificação, naturalização e eternização do capital social total e dos capitais numerosos e, portanto, do capitalismo industrial como um todo.

A proposta da XI JOINPP se inscreve na necessidade de crítica profunda de todas as contradições da sociedade capitalista e suas formas de manipulação político-ideológica do trabalho alienado que se aprofundam no contexto atual da crise capitalista global e da defesa de construção de uma sociedade justa e igualitária num amplo movimento que passa pelas lutas democráticas na conquista da emancipação humana como necessidade histórica. Nessa perspectiva, impõe-se a “análise concreta da situação concreta” (LENINE, 1920), e superação da reificação capitalista no seu intento de imobilizar as políticas de massas através de manipulações eleitorais, institucionais e militaristas, os partidos, os sindicatos e as organizações do proletariado, que estão na base da construção de uma práxis engajada e consciente no amplo processo de luta de hegemonias que traduz a luta entre a manutenção do bloco histórico e a sua radical superação e construção de um novo bloco histórico no poder. Trata-se de um amplo movimento como totalidade concreta, complexa e contraditória a ser compreendido e transformado. Desse modo, a construção da práxis consciente e engajada é uma imposição do processo de superação da práxis reificada adequada aos interesses de classe da burguesia, na tarefa histórica do proletariado e seus intelectuais orgânicos (GRAMSCI) de emancipação da humanidade das relações de exploração, dominação e humilhação capitalistas.

No movimento da superação da reificação capitalista, o processo da emancipação humana como necessidade histórica implica a ruptura com as condições objetivas que fazem com que a exploração econômica, a dominação política e a humilhação social continuem existindo. Centrada na totalidade, a emancipação humana corre no contexto histórico e natural, em que a práxis consciente e engajada supera a contradição fundamental do capital destrutivo do homem e da natureza, através do processo de “humanização da natureza e naturalização do homem” (jovem Marx).

O fenômeno da reificação capitalista implica inúmeras e complexas manipulações burguesas para enunciar uma mentira com aparência de verdade, desde as fakenews até o mercado livre e eterno, o capitalismo verde, a revolução colorida, a guerra híbrida e o lawfare, sem esquecer o imperativo de teto de gasto, âncora fiscal e superávit primário, assim como os automatismos sociais da rede de internet, que através do sistema GAFAM (Google, Apple, Facebook, Amazon e Microsoft), criam obstáculos para que o proletariado, como classe dos explorados, dominados e humilhados, realize de modo consciente, organizado, autônomo e democrático a utopia concreta de um mundo melhor, para além do capitalismo imperialista globalizado. Enfim, a práxis reificada, enquanto forma capitalista traz a marca da história, tendo assumido a fórmula contrarrevolucionária de que não tem alternativa ao capitalismo globalizado neoliberal, sob hegemonia das finanças, do poder do dinheiro etc., a partir dos anos 1970.

Apesar da derrota das Potências do Eixo (Japão, Alemanha e Itália), em 1945, as soluções neofascistas, naturalmente, sempre integraram o leque de alternativas de consolidação da hegemonia burguesa em momento de crise periódica, tanto no centro como na periferia do sistema capitalista mundial. De uma crise estrutural a outra, em vez de conformidade com a práxis reificada da TINA (There Is No Alternative), inclusive com o falso debate socialliberalismo ou neofascismo, a autêntica e urgente escolha é socialismo ou barbárie (LUXEMBURGO).

O tema da XI JOINPP sobre a reificação capitalista e a emancipação humana como necessidade histórica, tem o propósito de incentivar o debate de posições contrárias tanto às manipulações de destruição da razão, negacionista da ciência e em favor da barbárie, quanto ao capitalismo patrimonial, cognitivo e imperialista global (destrutivo do homem e da natureza) coloca em destaque, para aprofundamento, um eixo diretriz: a formação da consciência de classe na luta de hegemonias; e enseja um ambiente propício para celebração dos cem anos de uma obra clássica na tradição marxista: História e consciência de classe, de György Lukács.

Nesse contexto, a Jornada Internacional de Políticas Públicas configura-se como espaço de reflexão desses diversos elementos trabalhados anteriormente. No conjunto dos processos reais e concretos pelos quais passam os países da América Latina, particularmente, urge refletir criticamente e problematizar as bases do projeto que se quer emancipador da humanidade, a fim de não somente enfrentar a retomada do projeto de viés fascista, mas de elaborar acerca das iniciativas de resistência e apontar os elementos de superação dessa quadra histórica, sem, contudo, resignar-se a status quo civilizatório que limita o projeto humano à defesa das instituições democráticas burguesas dadas, ainda que sejam nosso ponto de partida.

É o que está posto em situações de ataque ao processo democrático duramente conquistado pelas classes subalternizadas no continente latino e em todo o mundo, desde o ataque de 8 de janeiro no Brasil, passando pela instabilidade política no Peru, instabilidade econômica na Argentina e estratégia trumpista nos Estados Unidos, fortalecimento das representações fascistas na França, Itália, etc. Eis o que, sem dúvida, desde já, justifica a realização da XI JOINPP nos termos temáticos a que se propõe nesta edição de 2023.

A JOINPP integra o cronograma de eventos do PPGPP da UFMA. Sua primeira edição ocorreu em 2003, com o tema "Trabalho e Desigualdades Sociais na Atual Reestruturação Capitalista", tendo 107 aprovados. Realizada em 2005, a segunda edição teve como tema "Mundialização e Estados Nacionais: a questão da emancipação e da soberania", contando com 276 trabalhos aprovados. A terceira edição referenciou-se no tema "Questão Social e Desenvolvimento no Século XXI", com 363 trabalhos aprovados. Em 2007, "Neoliberalismo e Lutas Sociais: perspectivas para as Políticas Públicas" foi o tema da quarta edição, que teve 568 trabalhos aprovados. A quinta edição baseou-se no tema "Estado, Desenvolvimento e Crise do Capital", tendo 486 trabalhos aprovados. Por sua vez, a sexta edição teve como tema “O desenvolvimento da crise capitalista e a atualização das lutas contra a exploração, a dominação e a humilhação”, contando com 723 trabalhos aprovados. A sétima versão teve como tema “Para além da crise global: experiências e antecipações concretas”, contando com 795 trabalhos aprovados. A oitava edição contou com o tema “1917 – 2017: Um Século de Reforma Revolução” e teve 816 trabalhos aprovados. O tema da nona edição foi “Civilização ou Barbárie: o futuro da humanidade”, tendo contado com 922 foram recomendados.

Em 2021, em sua 10ª edição, apresentou como tema o “Trabalho Alienado, Destruição da Natureza e Crise de Hegemonia: consciência de classe e lutas sociais na superação da barbárie”, com um total de 849 aprovados, dos quais 39 mesas temáticas coordenadas e 812 comunicações orais. Para a edição 2023, a XI Jornada apresenta o tema “REIFICAÇÃO CAPITALISTA E EMANCIPAÇÃO HUMANA COMO NECESSIDADE HISTÓRICA: formação da consciência de classe na luta de hegemonias” - Cem anos de História e consciência de classe de Lukács.

De 10 de abril a 18 de junho de 2023 se encontrará aberta a chamada pública para submissão de trabalhos para a XI Jornada Internacional de Políticas Públicas, a ser realizada de 19 a 22 de setembro de 2023.

Os trabalhos submetidos para apresentação na XI JOINPP, na modalidade Comunicação Oral, podem ser inscritos de forma individual e/ou coletiva com, no máximo 5 (cinco) autores/as.

As Mesas Temáticas Coordenadas deverão ser constituídas de três ou quatro trabalhos, porém, cada trabalho poderá ter até 5 (cinco) autores. No entanto, na apresentação das Mesas Temáticas Coordenadas, cada artigo só poderá ser representado por um autor.

Para a submissão dos trabalhos seja na modalidade Comunicação Oral ou Mesa Temática Coordenada, o/a interessado/a deverá enviar o texto completo, mediante o preenchimento de formulário disponibilizado na página do evento: www.joinpp.ufma.br, indicando a modalidade: Comunicação Oral de autoria individual, Comunicação Oral de autoria coletiva ou Mesa Temática Coordenada.

O/a interessado/a poderá submeter até 3 (três) trabalhos individuais e/ou coletivos, porém, apenas 01 (uma) Mesa Temática Coordenada.

No momento da submissão deverão ser enviados 02 (dois) arquivos: SEM IDENTIFICAÇÃO, EM WORD, e outro COM IDENTIFICAÇÃO em PDF (nome, instituição, titulação e e-mail, em nota de rodapé). O texto completo deverá estar em uma das seguintes línguas: português, espanhol ou inglês;

Em qualquer modalidade, os textos devem ter no mínimo 8 (oito) e no máximo 15 (quinze) páginas – inclusas as referências. Fonte Arial, corpo 12, espaçamento de 1,5 (um e meio) entre as linhas do texto, justificado, margens superior e esquerda em 3 cm e inferior e direita em 2 cm; corpo 10 e espaço simples para citações longas; e parágrafo (recuo especial/primeira linha) em 1,25 cm.

A primeira página do texto deverá incluir, de forma centralizada, o título em maiúscula e negrito, acompanhado do subtítulo, se houver, em minúscula, sem negrito. O RESUMO, recuado a 5 cm da margem esquerda, de até 150 palavras, sem parágrafos, corpo 10, espaço simples; logo abaixo, sua versão em inglês (ABSTRACT), com as respectivas palavras-chave e Keywords, de acordo com ABNT/NBR; Se o texto for em espanhol ou inglês, o título e o resumo deverão ser em português.

Em relação às Mesas Temáticas Coordenadas a proposta deve ser inscrita pelo coordenador(a) da Mesa. No arquivo com identificação deverá conter: título, os dados dos participantes, a indicação do coordenador, a ementa com até 1000 (mil) caracteres com espaços e os textos completos com identificação, podendo ter mínimo 03 textos e no máximo 04 textos. No arquivo sem identificação, apenas o título da mesa, ementa e os textos completos também não identificados. Essa modalidade é para apresentação de resultados de pesquisas conjuntas entre diferentes instituições e redes de pesquisas.

O texto deverá começar com a INTRODUÇÃO, numerada, na qual devem constar os objetivos e a perspectiva teórico-metodológica do trabalho. Na sequência, o texto deve apresentar os demais itens próprios ao CORPO DO TRABALHO, enunciados por títulos digitados em maiúscula, em negrito e antecedidos por um número ajustado à margem esquerda; e a CONCLUSÃO, numerada, seguida das REFERÊNCIAS.

Os títulos das seções primárias deverão ser digitados em versais maiúsculas e em negrito; os das seções secundárias, apenas com a inicial em maiúscula e as demais letras em redondo (minúsculas), exceto quando se tratar de nomes próprios que devem ser em letras maiúsculas; os títulos das demais seções, quando houver, deverão ser digitados em minúsculas. Um espaço de 1,5 cm deverá ser utilizado entre os títulos das seções e o texto subsequente, da mesma forma que entre o texto e um novo título de seção. Tabelas e ilustrações (quadros, desenhos, gráficos, fotografias, plantas, mapas etc.), que possam compor os trabalhos, deverão ser restritas ao indispensável, e ser numeradas consecutivamente com algarismos arábicos e indicação da fonte.

Cada tabela deverá ser centralizada pela indicação do seu número e título respectivo, apenas com a inicial em maiúscula conforme exemplo que consta no modelo disponibilizado. Acima das ilustrações (quadros, desenhos, gráficos, fotografias, plantas, mapas, dentre outros) deverá haver indicação do tipo de ilustração, se for o caso de especificar, algarismo arábico correspondente seguido do título da ilustração abaixo, a indicação da fonte maiúscula conforme exemplo que consta no modelo disponibilizado.

As fotografias deverão ser em preto e branco. As citações indiretas devem utilizar o sistema de chamada autor-data; citações menores de três linhas devem vir no corpo do parágrafo e com aspas. Acima de três linhas devem vir com recuo de 4 centímetros da margem e sem aspas seguida da referência autor-data página, com parágrafo sem recuo especial/primeira linha, conforme a NBR/ABNT 10.520.

As notas devem ser evitadas, mas, quando imprescindíveis, deverão ser explicativas, numeradas e dispostas no final do texto, sem exceder 5 linhas cada. As notas e citações longas devem ter corpo 10, espaço simples, justificado. As REFERÊNCIAS deverão conter somente os autores e obras citadas no texto e ser indicadas no final do texto obedecendo às normas da ABNT (NBR 6023/2018).

Os trabalhos submetidos à Joinpp serão avaliados e selecionados pela Comissão Científico com base em pareceres emitidos por consultores ad hoc que observarão: pertinência do trabalho em relação ao eixo temático proposto; qualidade linguística como clareza e correção da linguagem e encadeamento lógico dos argumentos; problematização do tema, consistência analítica, fundamentação teórico-metodológica, contribuição para a produção do conhecimento na área das Políticas Públicas e bibliografia pertinente ao tema abordado; obediência às normas especificadas para apresentação dos trabalhos. Para aprovação a pontuação mínima será de 7 (sete) pontos.

Observações:

• Não serão avaliados trabalhos com identificação de autoria em ambos os textos;
• Serão eliminados trabalhos com ausência de resumo ou palavras-chave e respectiva tradução para o inglês;
• Será eliminado o texto que não atingir o número de 8 (oito) páginas ou ultrapassar o número de 15 (quinze) páginas;
• Serão eliminados os trabalhos com mais de 05 autores;

O pagamento da taxa de inscrição será obrigatório para, pelo menos, um dos autores com trabalhos aprovados na modalidade Comunicação Oral e, na Modalidade Mesa temática Coordenada todos (as) os (as) autores (as) deverão efetuar o pagamento. Para que os textos das comunicações orais e Mesas Temáticas Coordenadas sejam apresentados e publicados nos Anais da XI JOINPP, os (as) autores (as) devem efetuar o pagamento das inscrições no período de 02 de agosto a 20 de agosto de 2023, para quem tiver trabalho aprovado.

Em caso de desistência não haverá devolução do pagamento da inscrição.

O prazo para os inscritos sem trabalho aprovados se estende até do dia 1º de setembro.

Os (as) autores(as) dos textos submetidos à Joinpp serão os únicos responsáveis pela autenticidade das informações contidas nos trabalhos.

O ato de inscrição implica o conhecimento e a integral concordância do (a) participante com as normas e as condições estabelecidas pela Organização do evento.

Os casos omissos serão decididos pela Coordenação da Joinpp.